Maneiras simples e inofensivas para você evitar mal-entendidos em uma sociedade heteronormativa ALFA


 

Por Nelson Neto

Hoje, pela manhã, tive um desprazer e um prazer. Primeiro o desprazer em ler a matéria não assinada da revista Alfa com o título “A culpa não é sua”, o prazer foi de cancelar a assinatura dessa revista.

O texto começa com o questionamento “O rótulo de homofóbico foi banalizado? Para o escritor Guy Franco, o problema é da patrulha que acha que, se você não apoia a causa, você odeia os gays”. Em um primeiro momento, até achei interessante e li todo o texto, que agora estou com preguiça de reproduzi-lo. Me reservo apenas opinar, dizendo que o texto é um desserviço à sociedade e ao leitor alheio, como eu, já que o texto é nojento. Vocês poderão ver isso nos próximos parágrafos que escrevo.

Entretanto, em um box, na segunda página do texto, o autor citado no inicio da matéria ensina aos leitores da Alfa “Nove maneiras simples e inofensivas para você evitar mal-entendidos”. Segue as lições:

1 – Não use o termo homossexualismo perto de um gay. O correto, vão lhe dizer, inflando o peito, é homossexualidade. Lesbianismo, até onde sei, pode. Lésbicas não tem essas frescuras.

2 – Gays costumam ter fixação por barracos, principalmente envolvendo subcelebridades. Descubra algo a respeito de um barraco atual e você terá material suficiente para bater papo com um homossexual. Tombos de gente famosa também rendem.

3 – Música pop é o futebol dos gays. Veja se o cara torce para o time Gaga, Britney ou Madonna antes de sair falando mal de alguma delas.

4 – Pode ajudar: curtir a página de Almodóvar no Facebook: compartilhar qualquer texto falando mal do Bolsonaro, ou do Silas Malafaia: saber de cabeça, o nome das principais subcelebridades, ter maldade na hora de criticar a roupa dos outros.

5 – Gays não são de outro mundo. Aja de modo natural. Eles têm imunidade contra a maioria dos palavrões, que surtem o efeito contrário justamente por eles gostarem da coisa. Use isso a seu favor.

6 – Atualize-se, as expressões LGBT mudam a cada segundo. Em vez de dizer que apoia o casamento gay, diga que apoia o casamento igualitário.

7 – Citar Foucault, por algum motivo, pega bem. Não importa o assunto, procure encaixar uma citação de Foucault. Logo virá um olhar de aprovação.

8 – Todo mundo pertence a uma minoria, até você. Descubra a sua e conte, em solidariedade, como foi passar por situações difíceis.

9 – Nunca fale mal de Glee.

Pois é, o texto segue essa linha de raciocínio. Um argumento que o autor do texto usa para ferir mais ainda os gays é que: Gore Vidal, Marcel, Proust e Oscar Wild tem “obras que falam por eles” e não sua sexualidade. Ou seja, a orientação sexual (é errado o termo opção sexual) da pessoa não deve vir primeiro que o ser.

Eu concordo com isso, mas irei citar algo que observei esta semana enquanto ia ao trabalho. Estava em dos vagões da CPTM quando um rapaz no meio de um grupo de amigos dizia “’véio’, a mina sentou gostoso em cima de mim, ela rebolava gostoso, mais um pouco eu gozava. Até que comecei a passar a mão na ‘xoxota’ dela, mano, que delícia! Trepei gostoso”. Agora proponho uma inversão, se fosse um gay, no meio de um grupo de amigos gays, dizendo “’Genchty, vocês não têm noção, conheci um boy magia lindo na balada ontem, e foi ontem mesmo que a gente parou no motel. Ele tinha um pau tão, mas tão grande, que agradeci por ter feito a chuca antes de sair de casa. Dei gostoso”. Isso causaria um incomodo terrível já que eles são gays, enquanto o grupo hetero não, afinal, Weber explica bem sobre normalidades.

Eu poderia fazer um discurso enorme, onde os três gigas de espaço que o WordPress disponibiliza seria pouco para esse texto. Mas, resolvi criar minhas nove maneiras para conviver ao meio de heteros.

Nove maneiras simples e inofensivas para você evitar mal-entendidos em uma sociedade heteronormativa ALFA

1 – Preste atenção na forma que fala dos times de futebol, corinthiano não é bandido, São Paulino não é bambi. O correto é, vão lhe dizer, inflando o peito, Timão ou Tricolor. Porco, até onde sei, pode. Os Palmerenses não têm essas frescuras.

2 – Heteros costumam ter uma fixação por futebol, principalmente por jogos que envolvam clássicos. Descubra algo novo sobre algum jogador da moda, não precisa ser muito profundo, mas só de alguma balada que ele foi e dormiu com travestis. Jogadores que batem em mulher também rendem.

3 – Futebol é arte para os heteros. Veja qual o time que o cara torce antes de sair falando mal de algum deles.

4 – Pode ajudar: curtir a página como “as mina pira, ou os mano pira”, e as compartilhe. Fale bem das gostosas do Brasileirão e estude sobre as modelos tops que saíram em capas antigas da Playboy e VIP.

5 – Heteros não são de outro mundo. Aja de modo natural. Eles adoram falar errado, então não se preocupe em dizer “dois pão”, “quatro real”. Use isso a seu favor e relaxe na gramática da língua portuguesa.

6 – Se atualize das novidades do Funk e nas gírias de rua, elas sempre mudam. Diga sempre que mulher foi feita para esquentar a barriga no fogão e esfriar na pia.

7 – Esqueça tudo sobre história da arte, Foucault, Weber, Max, teorias políticas. Procure sempre saber da vida dos jogadores de futebol, da vida privada deles. Logo virá um olhar de aprovação.

8 – Todo time de futebol alguma vez ficou na lanterna, compartilhe esse momento com eles e conte, em solidariedade, como foi passar por este momento.

9 – Nunca fale mal do UFC

Agora entendi o porquê de a revista chamar ALFA. Ela não fala para homens e sim para machos.

Comments
24 Responses to “Maneiras simples e inofensivas para você evitar mal-entendidos em uma sociedade heteronormativa ALFA”
  1. Guy Franco disse:

    Oi, Nelson. Tudo bom?
    Divertida a sua inversão para o mundo hétero que você fez em cima do texto original, em especial o item 9.

    Mas é sério que você cancelou a assinatura da revista por minha causa? Poxa. Tem gente que me chama de antimilitante. Nem sou. Só apontei o que me incomoda aqui e ali na causa. E, mesmo apontando esses problemas, apareceram mais pessoas, além de você, repudiando o texto. Vai ver que estão tão infiltrados na causa que não conseguem enxergar os problemas que existem. Acham que está tudo lindo. Bom, eu não vejo assim. E por isso escrevi o texto. Mas quem sou eu, afinal, para falar alguma coisa, né? Estou sozinho nessa. São os militantes que lutam por um mundo melhor. São eles que querem ser ouvidos por toda a sociedade. Eu não. Não tenho tamanha pretensão. Apenas escrevo um texto sem a menor intenção de mudar o mundo, montar grupos, criar leis, controlar o que os outros falam e fazem.

    Mas ao mesmo tempo em que alguns repudiaram meu texto, vários outros adoraram. Esses que adoraram, no que percebi, são pessoas que não costumam entrar em sites gays nem ler revistas do meio. Porque, vamos falar a verdade, os que se interessam pelo tema são sempre os mesmos. E só gay entra em portal gay para ler sobre homofobia. Não fosse assim não existiria banner com propaganda de sauna ao lado da notícia. Bom, meu texto conseguiu chegar a essas pessoas que não costumam ler sobre o tema. Diferente do militante típico, que sempre chega aos mesmos, eu consegui chegar a esses. Acho isso bem interessante, você não acha? E, vou dizer, eles entenderam o meu texto. Como eu e você, eles também repudiam a homofobia, mas concordaram que homossexualidade não deveria ser tratada como coisa de outro mundo. Eles entenderam direitinho o que eu quis dizer.

    Não sou contra a causa gay. E eu disse isso no texto da revista. Deixei bem claro. Só tenho uma opinião um pouco diferente da maneira como a conduzem. Sabe a diversidade que levantam junto com a bandeira gay? Então, é que cada um é diferente. E, pasme, cada um pensa de um jeito.

    Abraço
    Guy

    • Nelson Neto disse:

      Oi Guy, estou bem e espero que você também.

      Obrigado pelo elogio ao texto, embora ele precise de uma revisão gramatical urgente. Vida de estudante universitário é complicada, muitas vezes, para atualizar um blog é necessário ser feito na “ilegalidade empresarial”. (risos)

      Respondendo sua primeira pergunta: Sim eu cancelei a revista Alfa. Primeiro, achei o texto genérico. Com certeza você deve saber que todos os homossexuais não são como você os descreve em suas “Nove Maneiras”. Segundo motivo: Se a revista Alfa aprova uma opinião dessa sem uma assinatura, apenas citando que você aborda a homofobia, faz com eu eu pense que é um caminho de pensamento editorial da revista. Ou seja, ela fala para seus leitores: “olha o gay é assim……”, e não é verdade. Claro, você tem todo o direito de se expressar, como a revista também. Como a Alfa não condiz com meu pensamento, então não há razão para que eu pague por ela mensalmente.

      Respondendo sua segunda pergunta: Assim como você se questiona, “Mas quem sou eu, afinal, para falar alguma coisa, né?” eu retribuo dizendo. Você é um cidadão e tem seus direitos e deveres. Em uma democracia que vivemos, você tem o direito de dizer o que quer, como tem o dever de responder pelos seus atos. Ou seja, se você pensa “diferente”, infelizmente, ou não irá receber as respostas dessas diferenças. Também me questiono, “quem sou eu?”. Sou apenas alguém que quer viver com meus direitos garantidos. A democracia não é um sistema de garantir o espaço da maioria, mas sim garantir o bem estar das minorias. Gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis, pansexuais, negros, pobres e tantas outras alas menores da sociedade sofrem por um sistema, infelizmente corrupto e que ouve apenas a democracia da maioria manipulada. E nessa massa toda, como percebemos no meu texto e no seu, incluem héteros e homossexuais.

      Depois, se não existir alguém que grite por essas minorias, quem fará? Eu? Você? Você tem sua opinião sobre como esse processo é feito, mas faz para melhor? Não sei. Nem eu sei meu simples blog (sem banners de saunas gays) faz alguma coisa.

      Respondendo sua terceira pergunta. Como eu já disse, democracia é para todos, da mesma forma que deve garantir a aceitação, deve garantir o ódio, a oposição. Você deu sua opinião, e o movimento deu o dele por meio dos e-mails que você vem recebendo. Alguns apoiando a forma que escreveu, outros nem tanto.

      Se você é tão diferente, acho que poderia ter tentado outro texto diferente.

      E claro, estou sempre disposto a tomar um cafezinho, mesmo que seja virtual, para expor nossas diversidades, que as vezes jogam no mesmo time, com distintos ângulos de visão de campo.

      Obrigado,
      Nelson Neto

    • Bruno disse:

      Seu problema é achar que não é tão pedante quanto aos militantes que você despreza, quando na verdade é tão pedante quanto eles, porém de uma maneira diferente e mais escrota, diga-se de passagem.Diferença essa que deve servir apenas para fazer você se sentir superior.

  2. brgay disse:

    oi, Nelson!

    muito interessante e útil o seu texto, parabéns!
    a Alfa não tinha minha atenção, e vai continuar não tendo.

    bj, Tatá

  3. Rodrigo disse:

    Primeiro, seria bom vocês arrumarem o seu próprio português antes de falarem mal da linguagem dos heterossexuais – “Segue as lições” e “reservo-me em” não são de melhor jaez que “dois pão”. Segundo, diga-nos em que o texto do Guy Franco “fere” os gays. Eu li e não me senti ferido – pelo contrário, dei graças pela existência de algum gay que não se deixa contaminar pelos chavões do movimento.

    (Vi outros criticando o texto do Guy porque “reforça estereótipos”. Passei em revista todos os meus amigos gays e percebi que, se for assim, eles passam o tempo todo “reforçando estereótipos” nas roupas, na boate, no twitter. Será que toda essa cizânia em torno do texto do Guy não é poque ele está expondo a má consciência do nosso lifestyle, de mais em mais estereotipado, em contradição com nosso discurso, cada vez mais hostil a classificações?)

    • Nelson Neto disse:

      Oi Rodrigo, tudo bem?

      Obrigado pelas observações da língua portuguesa. Gostaria de dizer que mantenho esse blog muitas vezes na “ilegalidade empresarial”, por atualizar ele em meio a correira do trabalho. E acabo não tento tempo de revisar.

      Já fiz algumas alterações, mas como cheguei agora em casa, o sono pesa.

      Depois, quis ser genérico como o Guy foi em sua publicação na revista Alfa. Ele não determinou que grupo em específico ele estava dizendo. Por esse motivo, quis estilizar meu texto como o dele.

      Concordo com você, quando cita “Será que toda essa cizânia em torno do texto do Guy não é poque ele está expondo a má consciência do nosso lifestyle, de mais em mais estereotipado, em contradição com nosso discurso, cada vez mais hostil a classificações?”

      Mas questiono um ponto, esse esteriótipo não visto como fora do comum pela sociedade “normal” só pelo motivo dela ter imposto o que é ser gay e o que é ser heterossexual?

      Acho que vale a pena pensarmos.

      Mais uma vez, agradeço sua colaboração.
      A HHomo e eu sempre estaremos abertos!

      Nelson Neto.

  4. Rodrigo disse:

    Meu caro,
    talvez seja o português, muito provavelmente seja a redação (tem algo faltando na frase), mas não está claro para mim – pergunto-me se para ti também o está – o que queres dizer com “esse esteriótipo não visto como fora do comum pela sociedade “normal” só pelo motivo dela ter imposto o que é ser gay e o que é ser heterossexual?”. Primeiro, não acho que estejas realmente perguntando – é algo muito comum em debates esse truque retórico, lançar uma afirmação como se fosse uma pergunta a que fica subentendido o “sim” como resposta. Segundo, falas em “sociedade ‘normal'”. Mas “sociedade ‘normal'” é uma abstração – “sociedade ‘normal'” não come, não pega ônibus, não quebra lâmpadas na cabeça de pessoas na Avenida Paulista. “Sociedade ‘normal'” não pode ser por si só agente de ação alguma. Seria interessante, então, para que, como tu dizes, possamos “pensar” no assunto, pensemos primeiramente com clareza, substituindo abstrações por entes concretos, individuais, com intenção, com responsabilidade. Minha pergunta então é: quem “impôs”, como tu dizes, “o que é ser gay e o que é ser heterossexual”? Que instituição, que pessoa? E que provas históricas tens disso? Estudaste a questão ou é mais um chavão do movimento gay que estamos acriticamente abraçando? E, em caso de negativa, não seria interessante estudar antes de propalar aos quatro ventos verdades fáceis?

    (Quanto à tua resposta ao Guy: curiosa forma de isolacionismo esse, cancelar assinaturas de publicações com as quais discordamos… E eu pensando que revistas, livros, essas coisinhas civilizadas, existissem exatamente para nos apresentar visões de mundo por vezes radicalmente diferentes das nossas. Mas isso parece uma loucura, um excesso incompreensível no mundinho ativista atual – maior prova da fragilidade intelectual do mesmo.)

    Obrigado pela gentileza e pelo espaço, caro.
    Rodrigo

  5. Rodrigo disse:

    Correção: “Seria interessante, então, para que, como tu dizes, possamos “pensar” no assunto, *pensarmos* primeiramente com clareza”. Só porque critiquei teu português… 🙂

  6. Roberto SP disse:

    Guy Franco é gay?! E escreveu aquele monte de asneira?
    Sugiro consulta URGENTE com Marisa Lobo ou Silas Malafaia.

    Oh! Mas ele nem deve saber quem são essas pessoas, já que vive tão feliz no seu mundo róseo não ativista.

    Se seu texto desmobilizante conseguiu chegar aos gays “que não leem sobre o tema”, o efeito então foi ainda mais perverso. Confirmou os alienados na sua burrice.

    Quando cheguei aqui ontem à tarde por conta de um tuite e li esse post, imaginei que o autor da matéria – infelizmente não reproduzida na íntegra – fosse um dos filhos do Bolsonaro que preferiu ficar anônimo…

    Enfim, viva a diversidade, né?

    Alguns tentam mudar a realidade, outros acham que tudo está uma maravilha.

    Talvez o problema sejam as saunas gays, né? (Vai saber o que tem a sauna gay a ver com militância…) Até porque imagino que os que adoraram seu texto, Guy Franco, não frequentem saunas, não frequentem nenhum espaço gay. – Imagina, vai que o dono da sauna é militante, dar dinheiro pra esses ativistas, onde já se viu.

    O bom é ser alienado. E rezar pra ninguém me dar com uma lâmpada na cara, justo em mim que nem gosto da militância, essa gente chata e inútil que quer mudar nosso mundo maravilhoso.

  7. Sergio Viula disse:

    Perfeito, Nelson! Mas, talvez a revista ALFA não seja feita para machos… Conheço machos que vomitariam em cima dessa matéria deles. Esse artigo que eles publicaram deve ter sido feito para homofóbicos que não querem ter crise de consciência.

    Parabéns pelo seu artigo-resposta. Vou compartilhar amplamente.

    Abração,
    Sergio Viula
    Blog foradoarmário(ponto net)

  8. Rodrigo disse:

    Vocês estão totalmente emburrecidos por chavões. Vocês não conseguem mais pensar por si mesmos. Vocês estão tratando como um membro dos skinheads uma pessoa que apenas levantou objeções às táticas do movimento gay, sem, em nenhum momento, por em causa a justiça da causa. Agora, se vocês, que falam tanto em diversidade, já “vomitam” sobre o texto da Alfa, o que fariam frente a alguém que, por exemplo, apresentasse uma argumentação contra o casamento gay ou contra a lei da homofobia? Creio que vocês vomitariam não somente sobre o texto, mas sobre ela tout court. A “diversidade” então só vale para os gays, não para os que veem motivos de crítica no homossexualismo? Esses não podem pensar, não podem se expressar sem que de repente um gay lhe vomite o almoço no colo. Se é assim, admitamos de uma vez: não queremos diversidade, queremos que nos aceitem de qualquer jeito, goela abaixo se for preciso. O que não tem nada a ver com diversidade, mas com autoritarismo.

  9. Quando leio essas coisas fico indignado com essas colocações como a desse Rodrigo, aff.Querido como estou com pressa e com um sentimento de magoa não vou olhar meu português pois sou professor de história e sim vou transmitir minha indignação perante as suas afirmações.Eu sou Militante do Movimento LGBT aqui na Bahia,e lhe digo se você tivesse levado um ferro na sua cabeça a ponto de levar 6 pontos em pleno carnaval como aconteceu comigo ou agora no São João perder seu irmão gêmeo só porque você estava abraçado e Heteros acharam que era um casal Gay e resolveram lhe bater a ponto de matar seu irmão ai você nem entraria num Blog para dizer tanta asneira e não iria desvalorizar o trabalho do Movimento LGBT que é de conscientização de que vivemos numa sociedade que tem espaços para todos e que podemos aceitar a Heterossexualidade como algo normal e porque não podemos lutar pelos mesmo direitos a casar?A sair de mãos dadas?Será que isso é tão chocante e fere tanto a sociedade que esta tão acostumada em ver os corruptos desviarem milhões que seriam para merenda escolar de crianças desnutridas do Nordeste e a pratica tão comum de pedofilia nos meios religiosos?Mas não vou ir fundo nessa discussão, pois percebir que em nome da “Diversidade” você é capaz até de achar normal a pena de morte para homossexuais como acontece em alguns países ultra-preconceituosos(http://old.ilga.org/Statehomophobia/ILGA_mapa_PT_2012_A4.pdf).
    Perdoe os meus grandes erros gramaticais e se minha opinião lhe ofender, mas tudo é em nome da Diversidade de pensamentos.

    Paz e Bem!!!

    Rafael Myranda
    Grupo Contra o Preconceito – BA
    Fórum Baiano LGBT
    Articulação Brasileira de Gays-ARTGAY

  10. Guy Franco disse:

    Pelo que entendi, os únicos que comentaram aqui que leram o artigo todo foi o Nelson e o Rodrigo. Os outros estão julgando apenas as nove maneiras, certo? E essa foi escrita com humor de bar. Qualquer um que leu mais do que 10 livros na vida percebe isso, é humor de bar. E se abusa de estereótipos é só porque humor costuma funcionar assim. Nada mais do que isso. Se levaram a sério cada um dos nove itens é que 1) precisam ler mais; 2) não tem item 2.

  11. Rafz disse:

    Olha, sou gay assumido, já sofri bullying. Sou fã (também assumido) da Madonna e de Spice Girls (e também gosto de uma ou outra coisa de Britney Spears, Cher, Rihanna e Lady Gaga).

    Confesso, não sou militante (espero que isso não faça de mim menos gay), o que não significa que eu não apoie a causa ou tenha repúdio por ela. O problema apontado pelo Guy, ao meu ver, não é a militância, e sim a grande incoerência praticada por muitos militantes. Um exemplo: lembram-se do caso da Ofner? Do beijaço e tal? Ok, então, fiquei sabendo que, durante o ato, havia alguém (homem, gay) com um boné (ou camiseta ou outra coisa, não lembro) indicando que ele era partidário do PSDB e que, por isso, foi repudiado. Considerando que isso seja verdade (foi o que ouvi, me corrijam se eu estiver errado), que diversidade é essa pela qual os militantes lutam? Quer dizer que, se eu nasci gay, devo ser simpatizante de partidos políticos predeterminados?
    Outro exemplo (e este sei tratar-se de verdade): há por aí um militante – dos mais conhecidos – que, em seu Twitter (me reservo o direito de não citar nome/arroba), mais de uma vez (como já pude testemunhar), emite convites para surubas. Pelo que sei, esse cara mora com outro. Embora não sejam minha praia, nada contra relacionamentos abertos e/ou surubas, que fique claro, mas, do alto de meus mais de 30 anos (muitos deles como gay assumido), sei que muitas pessoas ainda têm na mente a imagem do gay como um cara que vive para o sexo, um cara promíscuo (nada contra o sexo ou a promiscuidade), e tenho pra mim que esta é uma das principais lutas da militância, isto é, mostrar que o gay é uma pessoa como todas as outras, capaz de amar e tudo mais, ou estou errado? E daí me vem esse supermilitante e reforça ainda mais essa imagem equivocada (lembrando, DE NOVO, que não estou condenando o fato de ele ter um relacionamento, participar de surubas e ter fotos explícitas na internet – já vi), impondo esse ideal completamente errôneo que os ignorantes têm de nós, gays. Não acho que ele tenha de parar com as festinhas dele nem nada, mas, como militante e ativista, não caberia mais um pouco de cuidado com a imagem? Vale lembrar que muitos membros da sociedade, antes de homofóbicos, são extremamente moralistas (ou falsos-moralistas, como preferirem), ou você acha que veem com bons olhos mulheres ou homens – heterossexuais – que saem por aí esfregando sua promiscuidade na cara deles.
    Ok, e daí muitos têm acusado o Guy Franco de homofóbico. Gente, em que mundo vocês vivem? Todo gay é OBRIGADO a seguir os estereótipos com os quais ele BRINCOU na lista da tal matéria para a revista? Por favor, gente, por favor, vamos providenciar uma abertura de cérebro…
    O problema, pra mim (e assumo que pra ele também o seja), não é a luta pela causa, mas sim a cegueira a que muitos se submetem. Sim, todo crime homofóbico é horrível, mas também todo e qualquer crime é horrível e abominável. Imaginem que eu, gay assumido (como já disse mais de uma vez), fosse rico (um sonho), tivesse minha casa assaltada e fosse ferido e/ou assassinado… isso seria homofobia ou apenas mais um crime abominável? Fica pra pensar…

  12. Rodrigo disse:

    Costas largas tem a pressa. Mas, se é tempo o que está faltando, por que desperdiçá-lo com uma vírgula a mais errada? “Eu sou Militante do Movimento LGBT aqui na Bahia,e lhe digo…”

    Este tipo de discussão me faz desesperar da inteligência humana, mas insistamos.

    Prezado Rafael,

    Não apenas tens sérios problemas de expressão escrita em língua portuguesa, mas também de compreensão de texto. Onde, em que momento dos meus comentários fiz apologia da violência contra homossexuais ou da pena de morte contra os mesmos? Apenas porque defendi o direito de algumas pessoas não concordarem com as práticas homossexuais – sendo que muitas das que conheci com essa opinião experimentam ao mesmo tempo aversão por qualquer forma de violência ou humilhação contra gays. Será que isso é tão absurdo a ponto de não fazer sentido nas suas concepções estreitas de mundo, nas quais, ao que parece, ou alguém é um militante-ou-simpatizante-gay-é-tudo-lindo ou um fanático-enforcador-de-gays como Ahmadinejad? Não há posição intermediária? É a impossibilidade de conceber uma posição intermediária, e que ela tenha direito de existir, que me parece o sumo do criticável na mentalidade ativista que tomou conta de todo mundo nos últimos tempos.

    (Curioso, aliás, que uses “diversidade” entre aspas para desconsiderar os críticos do homossexualismo. É o que evangélicos fazem para desconsiderar o movimento de vocês.)

    Quanto às suas desventuras, lamento – é por coisas assim que, com uma ou outra ressalva, não sou contra a lei anti-homofobia (por sua vez, não isenta de problemas). Agora, também lamento que te sirvas delas numa discussão para sustentar teu lado como o fizeste, no puro impulso emocional. Um uso abusivo da emoção parecido com esse foi feito pelas propagandas dos piores regimes políticos durante o século XX – comunismo, nazismo, fascismo; és professor de histórias, deves saber muito bem disso – e parece ter sido herdado como tática das militâncias de minorias na nossa época. Desafio-te, então, a me provar que o movimento gay está 100% certo em todas as suas práticas, que de fato os que são contrários ao homossexualismo (ou que têm as mais leves críticas ao movimento gay, como o Guy) têm de calar-se caso não queiram ser acusados de homofóbicos. Mas desafio-te a fazê-lo sem apelo emocional, apenas com o uso da inteligência. Quando tentaste fazê-lo, recuaste aos sentimentos; quanto à argumentação, mal conseguiste pontuar um texto corretamente. Vamos ver se consegues agora.

    (Estendo o convite a todos os que quiserem.)

    Grato a todos,
    Rodrigo

  13. Julia. disse:

    Engraçadão o que disse o Guy, né, só gay entra em portal gay para ler sobre homofobia… Só que não. Sou mulher, hetero e simpatizo muito com a militância gay- por isso a homofobia me irrita profundamente.
    E não, Rodrigo, as pessoas não têm o direito, a meu ver, de ter críticas à homossexualidade e ser contra a lei da homofobia porque, não sei se você sabe, homossexuais são sempre agredidos por causa disso. Casamento é um direito humano, não um privilégio heterossexual. Poder abraçar um namorado na rua também não deve ser um direito exclusivo dos heteros. É por causa de gente que acha que não tem nada demais em ser contra os direitos dos gays que estamos do jeito que estamos, caminhando tão lentamente nos quesitos respeito e empatia.

  14. Tiago Barbosa disse:

    É uma pena que um debate tão salutar tenha sido desviado para a “Língua Portuguesa”. Não existe erro de “Português”, e sim erros ortográficos.

  15. Rodolfo Gulicz disse:

    Estou rindo muito. Achei o máximo, tudo. Olha as dimensões que as coisas tomam. Parabéns aos dois pelas suas opiniões e ideias, além de toda a criatividade. 😉

  16. Rosinha Tricolor disse:

    “A democracia não é um sistema de garantir o espaço da maioria, mas sim garantir o bem estar” de TODOS… ;o)

  17. Camila Chang disse:

    Em boa parte do que está escrito, parece-me que a democracia foi varrida para baixo do tapete algumas vezes. Como se o direito individual almejado fosse sobreposto pelo “autoritarismo democrático” de cabeças pequenas (digo entre aspas pois creio que ninguém aqui esteja forçando uma aceitação e sim levando a existência IGUAL em consideração). Todos aqui entendem a democracia. Os direitos e os deveres. Todos sabem, praticam e buscam a liberdade, a não-opressão. O direito de SER. Muitos não são de acordo com os tais “moldes”. Então tiram-lhe este mais precioso direito? Isto é preciso ser quebrado.

    PS: não há o que dizer sobre correções gramaticais. Existe algo chamado licença poética, até Jesus é praticante. Não há como menosprezar uma opinião sensata (destaque para “sensata”) pelos erros gramaticais.

  18. Alana disse:

    Eu nunca vi tanta idiotice em uma coisa só. Eu tenho vergonha de ver que no mundo que eu moro tem essas coisas. Eu prefiro morrer a ficar aqui lendo e tendo que conviver com homens, melhor, babuínos (dó eterna dos babuínos) que agem exatamente como está descrito ai em cima. Futilidade, a gente vê por aqui. (E você não está falando de homens, mas sim de retardados que só pensam em sexo, futebol e funk (mais sexo), tenho pena de você que acha que é realmente assim.
    Via IPhoda-se

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